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23 de fev. de 2011

Na antiga casa, tôda fechada,
No alto silêncio da madrugada,
Ouço o relógio batendo, as horas
E, a ouvi-lo penso num desalento:
Meu coração alquebrado,
Na solidão em que vive,
Cheio de mágoa e torpo,
Parece um velho relógio,
De casa sem morador,
Que, no abandono, trabalha,
Gastando uns restos de fôrça,
Em seu continuo vai. vem [...]
Marcando o tempo [...] Sozinho [...]
Com as horas, para ninguem.

(Abondono - Raul Machado)

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